Conhecido como paletização, essa atividade maximiza a quantidade de produto em uma carga, mantendo-a estável o suficiente para evitar danos. Logo, é uma necessidade para qualquer empresa que produza em escala para consumo comercial.
Sem uma paletização eficaz, as empresas teriam dificuldade para fazer seus produtos chegarem às mãos dos consumidores. Existem cerca de 2 bilhões de pallets em uso atualmente, com quase meio bilhão sendo produzidos todos os anos.
No entanto, esses pallets não se empilham sozinhos.
OS PERIGOS DA PALETIZAÇÃO
Irving Paz Chagoya, Líder global do segmento industrial, para Paletização e Embalagem na Universal Robots, conhece bem os perigos amplamente disseminados que a paletização representa:
“Tradicionalmente, a paletização tem sido uma operação manual (e em muitos casos ainda é). Estimamos que 250.000 pessoas estejam empregadas nesse tipo de trabalho no mundo todo. A paletização manual exige que esses trabalhadores realizem a mesma tarefa extenuante repetidamente. Eles se curvam, levantam e torcem o corpo por horas seguidas, o que pode causar danos musculoesqueléticos de longo prazo.”
Setia Hermawati, Pesquisador Sênior na Universidade de Nottingham, especialista em ergonomia com foco em manufatura, identifica três principais fatores de risco ergonômico na paletização manual:
FORÇA
Durante a paletização manual, os trabalhadores precisam manusear itens fisicamente e aplicar força em atividades como levantar, abaixar, empurrar, puxar e carregar. O uso contínuo de força no manuseio manual de materiais está associado a distúrbios musculares relacionados ao trabalho, como dores nas costas e lesões na coluna, além de lesões no pescoço e membros superiores.
Esses distúrbios podem ter consequências graves para os trabalhadores e limitar sua capacidade de realizar atividades no dia a dia. O risco aumenta quando os itens são muito pesados, muito grandes, difíceis de segurar ou estão posicionados de forma a exigir torções ou flexões do tronco.
REPETIÇÃO
Paletizar e despaletizar envolve realizar as mesmas ações repetidamente durante um turno de trabalho. Tarefas repetitivas causam sobrecarga e fadiga ao sistema cardiovascular devido à exigência contínua dos músculos, que podem não ter tempo suficiente de recuperação.
Mesmo o manuseio repetitivo de itens leves pode representar risco de distúrbios nos membros superiores se os trabalhadores tiverem que repeti-los mais de uma vez a cada 5 segundos, segundo o Health and Safety Executive do Reino Unido.
POSTURA
Durante a paletização e despaletização, os trabalhadores frequentemente precisam torcer o tronco ao manusear os itens e se inclinar para alcançar ou posicionar itens nas camadas inferiores do pallet.
O manuseio manual que envolve torção do tronco e flexão para frente ou lateral força as articulações a posições além do confortável e neutro, próximas ao limite máximo de movimento, e está fortemente associado a lesões musculoesqueléticas.
Além disso, trabalhadores de paletização manual geralmente permanecem em pé entre o transportador e o pallet por longos períodos. Ficar em pé por muito tempo, especialmente sem mudar de posição, pode causar diversos problemas de saúde como dores nas costas e pernas, problemas cardiovasculares etc.
Irving Paz Chagoya acrescenta: “Antes de automatizar sua paletização, uma empresa com a qual trabalhamos estimava que, ao longo de um turno de oito horas, cada trabalhador levantava 8.000 kg de produto, um risco sério ao corpo e à postura.”
Automatizar a paletização pode aliviar os trabalhadores de todos esses riscos à saúde, reduzir a monotonia e melhorar o bem-estar geral. Isso permite que os trabalhadores protejam sua saúde e se concentrem em outras tarefas mais alinhadas com suas habilidades, como controle de qualidade.
A OPORTUNIDADE PARA PMES (PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS)
Embora a natureza repetitiva e frequentemente perigosa da paletização a torne ideal para automação, o progresso tem sido gradual.
Anteriormente, a paletização automatizada era limitada a grandes empresas com espaço físico e capital para instalar e operar as máquinas volumosas necessárias para a tarefa.
Contudo, isso já mudou.
O uso crescente de papelão para embalar e armazenar produtos, os avanços na robótica colaborativa (cobots) com maior capacidade de carga e a redução dos custos da automação abriram o mercado para a paletização colaborativa. Como resultado, as PMEs agora também estão automatizando esse processo.
Para essas empresas, automatizar a paletização possibilita a proteção e melhor utilização da força de trabalho humana, além de ajudar a aumentar a produtividade. Isso torna as PMEs mais competitivas frente aos grandes fabricantes e proporciona ambientes de trabalho melhores para seus colaboradores.
Sam Bouchard, CEO da Robotiq, integradora de robótica com a missão de libertar as mãos humanas de tarefas repetitivas, comenta:
“Em muitas fábricas onde instalamos nossa solução de paletização, essa etapa era o gargalo que impedia o crescimento da empresa. Aumentar a capacidade de paletização com um robô colaborativo permitiu que esses negócios produzissem mais e contratassem mais trabalhadores para processos produtivos anteriores.
“Além disso, ter uma célula de paletização com robô colaborativo possibilita à empresa oferecer melhores condições de trabalho para os humanos que cuidam do robô.”
ENFRENTANDO A CRISE DE MÃO DE OBRA
Em muitos mercados globais, uma crise de mão de obra ameaça prejudicar as operações das indústrias. Segundo o Annual Manufacturing Report 2020 da PwC, os fabricantes britânicos enfrentam a maior escassez de trabalhadores desde 1989; e a situação não melhorou muito nos últimos três anos.
Empresas industriais clamam por talentos. O desafio é ainda maior para pequenas e médias empresas, que geralmente têm menos margem de manobra para atrair e reter trabalhadores de todos os níveis de habilidade.
Além disso, problemas musculoesqueléticos, causados por tarefas manuais como a paletização, frequentemente levam à exclusão precoce de trabalhadores mais velhos desse tipo de trabalho, o que vai contra o atual esforço governamental de trazer profissionais seniores de volta ao mercado.
Peter Williamson, CEO da PPMA – a associação britânica de processamento e embalagem, comenta:
“Fabricantes no Reino Unido sempre hesitaram em investir em automação, por medo de alterar o status quo. No entanto, agora, tanto a escassez de habilidades quanto de mão de obra estão forçando mudanças em toda a indústria. A automação se tornou uma necessidade para os fabricantes britânicos.
Essa automação trará benefícios abrangentes. Veremos trabalhadores humanos livres de funções maçantes, repetitivas e muitas vezes perigosas, podendo aplicar melhor suas habilidades. Máquinas podem levantar e mover objetos, mas, ao contrário dos humanos, não podem sentir, cheirar ou enxergar. A automação também aumentará a produtividade e reduzirá os custos que os fabricantes precisam arcar para colocar seus produtos no mercado.
A escassez de mão de obra só tende a piorar, e a automação é uma excelente solução. Se quisermos continuar competitivos no cenário global, os fabricantes britânicos precisam agir agora.”
DERRUBANDO OS MITOS
Apesar da pressão sobre a força de trabalho, muitos ainda hesitam em automatizar. Frequentemente por falta de conhecimento, empresas temem os custos percebidos da automação e também não querem parecer que estão tirando empregos de humanos.
Mas isso não precisa ser assim. Sobre os custos, já foi demonstrado que cobots podem alcançar retorno sobre o investimento (ROI) em cerca de 12 meses. De fato, um único braço robótico pode trabalhar ininterruptamente por pelo menos 35.000 horas, o que equivale a aproximadamente quatro anos de trabalho 24/7. E, como qualquer ferramenta, um robô bem cuidado pode durar ainda mais.
Quanto ao medo de perdas de emprego, cobots são projetados para trabalhar ao lado de humanos, não para substituí-los.
Com treinamento mínimo, a força de trabalho atual pode projetar, implementar e monitorar soluções automatizadas de paletização. Isso os libera para assumir outras tarefas menos arriscadas e monótonas ou papéis mais complexos, abrindo oportunidades de progressão na carreira.
QUAL O FUTURO DA PALETIZAÇÃO AUTOMATIZADA?
Olhando para frente, soluções colaborativas de paletização são adequadas para uma ampla gama de indústrias, incluindo alimentos e bebidas, eletrônicos e farmacêuticos. Essa adaptabilidade, somada aos avanços na tecnologia de cobots, torna provável que vejamos cada vez menos lesões no ambiente de trabalho devido à paletização manual.
A longo prazo, o ambiente de trabalho em transformação facilitará a permanência de trabalhadores na força de trabalho por mais tempo, se assim desejarem, enquanto operadores de fábrica devem ver tanto ganhos de produtividade quanto aumento de receita.
Em resumo, paletizar é uma tarefa perigosa e entediante. O tipo de tarefa em que máquinas se destacam. Empresas de todos os tamanhos estariam fazendo um favor aos seus colaboradores ao retirá-los dessas funções e ajudá-los a focar em atividades mais engajantes e de maior valor.
Vamos deixar os cobots cuidarem do peso. Literalmente.
Entre em contato com nossos colaboradores através desse link para mais informações.
FAQ: PALETIZAÇÃO AUTOMATIZADA COM ROBÔS COLABORATIVOS
1. O QUE É PALETIZAÇÃO AUTOMATIZADA?
É o processo de empilhar produtos em pallets de forma automática, utilizando robôs industriais, como os cobots, por exemplo.
2. QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA PALETIZAÇÃO AUTOMATIZADA?
Redução de riscos ergonômicos, aumento da produtividade, economia de custos a longo prazo, maior consistência e eficiência no empilhamento, além da possibilidade de realocar os operadores para tarefas mais qualificadas.
3. ROBÔS COLABORATIVOS SUBSTITUEM TOTALMENTE OS HUMANOS?
Não. Os cobots foram projetados para trabalhar junto com humanos, automatizando tarefas repetitivas e perigosas, mas permitindo que operadores assumam funções mais estratégicas e de supervisão.
4. QUANTO TEMPO LEVA PARA TER RETORNO DO INVESTIMENTO (ROI) COM COBOTS?
Em média, o ROI ocorre em até 12 meses, dependendo do volume de produção e do uso contínuo dos equipamentos.
5. PEQUENAS EMPRESAS TAMBÉM PODEM ADOTAR A ROBÓTICA COLABORATIVA?
Sim. A queda dos preços dos robôs colaborativos e os avanços tecnológicos tornaram essa solução acessível para PMEs que desejam crescer com segurança e eficiência.