O nível atual avançado de automação industrial disponível em um simples processo de produção que já existe é um passo na direção certa das fábricas do futuro que queremos para a Indústria 5.0. Mas só isso não é suficiente.
Esse nível de automação abre uma oportunidade no mercado global para médias empresas e oferece às marcas fabricantes uma alternativa atrativa para mover as fábricas para países com baixo custo de produção, mão de obra e impostos. Essa é a automação industrial tradicional que conhecemos.
Para tarefas que exigem maior nível de precisão, contudo, o toque sensível de uma mão humana ainda é essencial e isso pode ser um problema quando há uma escassez de pessoal qualificado.
Ao mesmo tempo, ambientes de produção, enquanto as execuções ficam cada vez menores, estão se tornando menos padronizados e exigindo maior adaptabilidade e sistemas robóticos mais inteligentes.
Sensores de força/torque contornam esse problema porque eles dão aos robôs industriais um senso de toque.
Braços robóticos colaborativos equipados com sensores hápticos são capazes de perceber a menor resistência ou pressão e isso significa que os robôs não estão mais limitados a se mover entre pontos pré-programados, mas podem adaptar seus movimentos a ambientes em tempo real.
Por exemplo, uma aplicação de empacotamento é configurada de maneira que produtos padronizados com o mesmo tamanho sejam colocados em uma caixa padronizada de mesmo tamanho.
Mesmo que a caixa não esteja bem posicionada, é suficiente pré-programar as posições correspondentes e movimentos no robô, que então opera na mesma sequência todas as vezes.
Contudo, isso muda drasticamente quando a tarefa não lida mais com embalagens padronizadas de produtos, mas sim com diferentes tamanhos customizados, o que é cada vez mais o caso ao redor do mundo. E isso não pode ser feito com posições pré-programadas.
A capacidade dos sensores hápticos de medir de maneira precisa a força, contudo, permite que os robôs percebam mesmo a menor resistência em cada passo da operação, dando a eles a sensação de toque necessária para adaptar seus movimentos em tempo real - fazendo-os ideais para aplicações de empilhamento e empacotamento de objetos ou produtos com diferentes dimensões e pesos.
Isso significa que as execuções de linhas podem ser facilmente automatizadas sem a necessidade de reprogramar o robô toda vez que o tamanho das embalagens dos produtos mudar.
Sensores de força/torque, então, tornam possível o uso de robôs colaborativos industriais para tarefas de produção onde antes a sensitividade das mãos humanas era essencial, ajudando empresas a aumentar a eficiência e produtividade nessas áreas - fator central para competir no mercado local e global.
Para as empresas, essa é uma maneira de reagir ao aumento da demanda sem precisar de investimentos significativos em nova mão de obra.