No mundo industrializado de hoje, a geração de resíduos industriais é uma consequência inevitável. Enquanto buscamos avanços tecnológicos e crescimento econômico, enfrentamos também o desafio de gerir e descartar adequadamente esses resíduos.
A Universal Robots, líder no fornecimento de robôs colaborativos para a indústria, reconhece a importância de uma abordagem responsável e sustentável para o manejo de resíduos industriais. Por isso, ao longo deste artigo vamos explorar mais este conceito, suas classificações, além de apontar dicas de como realizar o descarte correto.
O QUE SÃO RESÍDUOS INDUSTRIAIS?
Resíduos industriais são subprodutos gerados por atividades de fabricação, processamento, tratamento ou outras formas de produção industrial.
Esses resíduos variam consideravelmente dependendo do tipo de indústria e podem incluir materiais químicos, metais, borracha, papel, plásticos e muitos outros.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS INDUSTRIAIS
A gestão eficaz de resíduos industriais exige compreender suas categorias e características. A norma técnica brasileira NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), classifica os resíduos industriais em três categorias principais: Classe I (Perigosos), Classe II A (Não Inertes) e Classe II B (Inertes).
Esta classificação é fundamental para determinar a forma mais segura e ambientalmente correta de manuseio e descarte.
CLASSE I - RESÍDUOS PERIGOSOS:
Resíduos que apresentam periculosidade, seja por inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Exemplos: Resíduos químicos, óleos usados, solventes, tintas e baterias.
Devido ao seu potencial de causar danos significativos, é imprescindível que sejam tratados e descartados de maneira especial. Isso inclui confinamento, tratamento químico, incineração em instalações apropriadas, e, em alguns casos, neutralização.
CLASSE II A - RESÍDUOS NÃO INERTES:
Resíduos que não se enquadram como perigosos, mas que não são inertes. Podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Exemplos: Restos de comida, papel, tecido, madeira e plástico não reciclável.
Esses resíduos requerem cuidados específicos pois podem decompor-se e liberar substâncias nocivas ao meio ambiente. O descarte geralmente envolve aterros sanitários controlados ou compostagem, dependendo da natureza do resíduo.
CLASSE II B - RESÍDUOS INERTES:
Resíduos que, quando em contato com água, não soltam substâncias em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, não sendo considerados perigosos.
Exemplos: Vidro, certos plásticos e metais, cerâmicas e concreto.
Esses materiais são relativamente mais fáceis de lidar, pois não alteram significativamente suas propriedades físicas, químicas ou biológicas. O descarte pode ser feito em aterros comuns, mas a reciclagem é sempre preferível quando possível.
LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS INDUSTRIAIS: POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A legislação brasileira oferece diretrizes claras e rigorosas para o manejo de resíduos industriais, com destaque para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida pela Lei N° 12.305, de 2 de agosto de 2010.
Esta legislação representa um marco significativo na gestão ambiental e no desenvolvimento sustentável do Brasil, impactando diretamente as operações industriais.
Veja a seguir quais são os principais aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS)
A PNRS exige que todas as empresas que geram resíduos industriais desenvolvam e implementem um PGRS. Este plano deve detalhar como a empresa gerencia seus resíduos, desde a geração até a disposição final.
O PGRS é um requisito para a obtenção de licenças ambientais, sendo fundamental para a operação legal da empresa.
RESPONSABILIDADES
A lei atribui responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, estendendo-se aos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e aos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
As empresas devem adotar medidas para reduzir a geração de resíduos e promover a reutilização, a reciclagem e outras formas de destinação ambientalmente adequada dos resíduos.
LOGÍSTICA REVERSA
A PNRS introduziu o conceito de logística reversa, obrigando fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes a estruturar e implementar sistemas de retorno dos produtos após o uso pelo consumidor.
EXEMPLOS DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS EM DIFERENTES SETORES
INDÚSTRIA ELETRÔNICA
Resíduos de componentes eletrônicos, como placas de circuito, chips, e outros componentes de dispositivos eletrônicos.
Além disso, também são considerados resíduos as baterias usadas em dispositivos eletrônicos e que contêm metais pesados e substâncias tóxicas.
Outros exemplos do setor são os resíduos de produção, como sobras de fios, solda, plásticos e metais.
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
Peças de metal descartadas, incluindo chapas de metal, peças de motor e componentes de suspensão.
Inclui também os fluídos e lubrificantes: óleos usados, fluidos de freio e líquidos de arrefecimento.
INDÚSTRIA QUÍMICA
Resíduos químicos incluem produtos químicos não utilizados, solventes, reagentes e ácidos. O setor também dispõe dos efluentes líquidos, isto é, resíduos de processos de produção que podem conter substâncias químicas nocivas.
INDÚSTRIA DE ALIMENTOS E BEBIDAS
- Resíduos Orgânicos: restos de alimentos e matéria vegetal.
- Embalagens usadas: plásticos, vidro e papelão usados para embalar produtos.
- Efluentes de Processamento: águas residuais geradas durante a limpeza e processamento de alimentos.
COMO REALIZAR O DESCARTE CORRETO?
Veja algumas dicas de como realizar o descarte de resíduos industriais corretamente:
- Identificação e classificação: O primeiro passo é identificar e classificar os resíduos gerados, o que permite determinar a melhor abordagem de descarte ou reciclagem;
- Redução na fonte: Implementar processos que minimizem a geração de resíduos é uma estratégia proativa;
- Reciclagem e reutilização: Sempre que possível, os resíduos devem ser reciclados ou reutilizados. Isso não apenas reduz a quantidade de resíduos descartados, mas também economiza recursos;
- Tratamento e disposição segura: Para resíduos que não podem ser reciclados, o tratamento e a disposição segura são essenciais. Isso inclui a incineração sob condições controladas, aterros sanitários e tratamento químico;
- Parcerias com empresas especializadas: Muitas vezes, é benéfico formar parcerias com empresas especializadas em gestão de resíduos para garantir um descarte adequado e em conformidade com as regulamentações locais.
O manejo adequado dos resíduos industriais é um elemento crucial para a sustentabilidade ambiental e para a responsabilidade corporativa. Ao adotar práticas de descarte responsáveis e integrar soluções tecnológicas como os robôs colaborativos, as indústrias podem não apenas cumprir com suas obrigações legais e éticas, mas também contribuir significativamente para um futuro mais sustentável.