Toda a base de argumentação daqueles que são contrários a automação de processo se deve ao hipotético consequente desemprego gerado com a substituição da mão de obra humana.
No entanto, diversos estudos e casos práticos no mundo demonstram o contrário. Então, será que os robôs vão roubar o seu emprego? Não! Mas, quem sabe, te colocar em um melhor e mais bem remunerado posto de trabalho.
PAÍSES QUE EXPERIMENTAM A AUTOMAÇÃO
A Coreia do Sul é um dos países que mais investem em automação no mundo. Abaixo é possível acompanhar o gráfico de desemprego do país e perceber que desde o ano 2000 os níveis, mesmo com a automação ganhando suas indústrias, fica bem próximo dos 4%.
Enquanto isso, na Alemanha, as projeções de desemprego têm o seguinte cenário:
No país ainda há um estudo sobre os efeitos das inovações tecnológicas em seu mercado. As conclusões da pesquisa de Stefan Lachenmaier e Horst Rottmann foram de que tanto a inovação de produtos como de processos de produção tiveram efeitos positivos sobre o emprego, sendo a última espécie a mais favorável.
Em relação à distribuição de renda, é possível ver como esses dois países caminham para um cenário ideal com base no índice Gini.
Esse indicador mede até que ponto a distribuição de renda ou gasto de consumo entre indivíduos ou famílias em uma economia se desvia de uma distribuição perfeitamente igual. O coeficiente varia de 0 (ou 0%) a 1 (ou 100%), com 0 representando igualdade perfeita e 1 representando desigualdade perfeita.
O índice Gini da Alemanha em 2018 foi de 31,1% e o da Coreia do Sul 30,7% neste mesmo ano. Enquanto isso, para se ter uma ideia o do Brasil foi de 62,5%.
De acordo com os últimos dados divulgados, a Coreia do Sul tinha um total de 2.435 robôs industriais por 10.000 funcionários, em 2017. Enquanto na Alemanha eram 1.162.
Atualmente na Coréia, as instalações anuais de robôs estão em declínio. Isso desde que atingiu um nível máximo de 41.373 unidades em 2016. Em 2018, foram instaladas 37.807 unidades (-5%) .
Já a Alemanha, quinto maior mercado de robôs do mundo, teve em 2018 26.723 unidades robóticas instaladas, aumentando em 26% seu índice de investimento nessa tecnologia.
Porém, no Brasil, em 2018 contávamos com apenas 10 robôs instalados para cada 10 mil funcionários, com um crescimento nos índices de automação de 4% de 2018 para 2019.
Dados: Frontliner, Forbes e Associação Brasileira de Automação-GS1.
A partir de todos os dados analisados é possível perceber que o investimento da automação não gera mais desemprego ou pobreza nos países, a longo prazo o que se percebe é um efeito compensatório, como será exposto mais adiante.
A REAL RELAÇÃO ROBÔS X EMPREGOS
A associação lógica de que o aumento da automação leva a um aumento de desemprego não é tão lógica assim. Avaliar o efeito de uma mudança a curto prazo e sobre um único grupo não é o caminho.
A perda de emprego imediato quando uma máquina é comprada por uma indústria é uma consequência da automação, mas não a única. A longo prazo o que se percebe com a utilização de robôs é um efeito compensatório.
Para os profissionais, os principais efeitos compensatórios são: anular a perda das vagas substituídas pela força mecânica, ampliar ao final do processo o nível de riqueza, bem-estar dos trabalhadores, e também do número de empregos e sua remuneração.
Já para as indústrias dispostas a fazer essa mudança, os principais efeitos são: aumento da produtividade na própria indústria; aumento no investimento e na produtividade entre as várias indústrias e expansão da demanda na economia.
Leia também: Repensando a relação homem x máquina.
Vamos a um exemplo prático:
A empresa Trelleborg Sealing Solutions precisava de uma maneira eficiente de otimizar a produção, com encomendas variando de uma única unidade até vários milhões. Seus clientes estavam exigindo preços mais baixos, maior qualidade e entrega mais rápida.
A marca implantou os cobots da Universal Robots e atualmente já conta com 42 robôs em atuação alimentando máquinas CNC. Essa automação possibilita a fabricação ágil exigida pela Trelleborg, pois os robôs são facilmente ajustados a novos tamanhos.
Outro benefício concreto dos robôs da UR é, na verdade, que eles permitem que apenas um operador mantenha uma célula com oito máquinas CNC em operação ao mesmo tempo. Anteriormente, o máximo eram três. Como resultado, a Trelleborg poupou 1,5 funcionários por célula por turno.
Assim, os trabalhadores aprenderam novas tarefas com a introdução dos robôs, e também começaram a pensar de forma diferente.