Uma entrevista com Jurgen von Hollen, antigo Presidente da Universal Robots*. Para conhecer a equipe atual, acesse a página da Organização.
Em outubro de 2016, Jurgen von Hollen entrou para a Universal Robots como o novo presidente. Depois de dois meses de muito trabalho, reuniu-se com nossa equipe para fazer um resumo dos resultados até ali.
Perguntamos ao Jurgen algumas de suas impressões pessoais, sua visão e a estratégia da Universal Robots para os próximos anos. Acompanhe.
*Entrevista publicada inicialmente em dezembro de 2016.
Entrevista com Jurgen von Hollen
P.: Quando você primeiro ouviu sobre a Universal Robots?
R.: No começo deste ano, eu visitei um evento sobre a Indústria 4.0 organizado pela McKinsey & Company que mencionou a Universal Robots como parte de sua apresentação. Eu mantive a empresa em mente e, algumas semanas depois, meu telefone tocou.
P.: O que fez você decidir se unir à Universal Robots como presidente? Como foi o processo?
R.: O processo de decisão levou um longo tempo. Eu queria estar completamente certo de que a Universal Robots era a empresa certa para mim. Coincidentemente, a empresa que adquiriu a Universal Robots, Teradyne Inc., também queria ter absoluta certeza de que eu era a pessoa certa para a posição.
Por conta disso, a duração do processo de decisão não veio de visões contrastantes ou expectativas, mas do fato de que tanto eu quanto a Teradyne queríamos garantir estar 100% na mesma página sobre nossa visão para o futuro da Universal Robots.
P.: Seu currículo inclui posições de liderança de grandes empresas como Telekom, Daimler e Bilfinger SE. O que o atraiu para se unir a uma empresa comparativamente menor como a Universal Robots?
R.: Eu fiz um resumo. E, olhando em retrospecto, eu sempre tive me diverti mais no trabalho e pude adicionar mais valor a mim mesmo nas menores empresas. Outras razões foram a tecnologia e as oportunidades de mercado. Há muito potencial nisso, muita mudança e progressão ocorrendo. E se você põe tudo isso junto, a decisão parece bem clara.
P.: Desde Outubro você é o presidente da Universal Robots. É hora de um pequeno resumo: Quais são suas impressões? Elas alcançaram suas expectativas ou teve surpresas?
R.: Tive pouquíssimas surpresas, e nenhuma negativa para citar. Por conta do processo de decisão compreensivo, eu já conhecia a empresa muito bem. O que realmente me impressionou foi o incrível e altíssimo nível de motivação da nossa equipe. Todos eles entraram na Universal Robots porque realmente acreditam no nosso conceito. Essa energia é difícil de criar - então é ainda melhor quando já está aqui.
P.: Você já era bem familiarizado com a indústria de automação mesmo antes de se juntar à Universal Robots. Nessa indústria, como você vê o desenvolvimento de robôs colaborativos até agora? E, na sua opinião, para onde essa jornada leva?
R.: Os dados de mercado sobre cobots não são bem definidos ainda. Existem muitas análises que vêm para mercados altamente diferentes e com diversos tamanhos. Mas o que eu definitivamente posso ver e avaliar é como a Universal Robots está posicionada: Estamos em um nicho que construímos e definimos para nós mesmos. E eu vejo grande potencial nesse nicho.
Nossos cobots trabalham como facilitadores para os empregados na produção. Neste momento, o braço robótico colaborativo pode ser integrado a uma certa aplicação na empresa de um cliente. Mas, olhando para trás, três meses antes a mesma empresa poderia estar usando o mesmo cobot para outra tarefa completamente diferente.
Além disso, a empresa também é capaz de customizar a aplicação sem ajuda de suporte externo e pode fazer isso rapidamente. Os consumidores entenderam que nosso braço robótico colaborativo não é um produto estático, mas uma ferramenta dinâmica. Se o seu processo muda, os robôs podem se adaptar ao novo layout de produção. Por isso nós não vemos limites no mercado.
P.: Quanto ao futuro da Universal Robots nesse mercado: Onde você vê os maiores desafios no futuro?
R.: Nós somos a vanguarda. E como a vanguarda, não podemos usar como referência outros players do mercado. Toda empresa desbravando um segmento enfrenta o desafio de construir uma rede de contatos compreensiva para cobrir todo o mercado. Um dos nossos maiores desafios é expandir nossa rede de distribuição e nosso marketing para esse propósito.
Os clientes estão comprando os cobots por razões muito diferentes: aumento da eficiência e baixo TCO (custo total de aquisição) são alguns dos principais, mas existem outros, como: liberar trabalhadores de tarefas extenuantes e perigosas. Além disso, é muito mais fácil manter a produtividade com o uso do braço robótico quando as fases de sobrecarga são grandes.
O desafio para nós é mostrar aos consumidores finais como eles podem se beneficiar individualmente dos robôs colaborativos. Eles podem automatizar quase qualquer coisa.
P.: Como presidente, você precisa realizar muitos papéis distintos. Qual papel você vê como o mais importante para moldar positivamente o futuro da Universal Robots?
R.: O pioneirismo da Universal Robots vem da tecnologia. Nossa tecnologia é nossa força motriz - nós somos uma empresa de inovação. Nosso crescimento está correlacionado às nossas estruturas e condições de framework. Minha missão principal é fortalecer e crescer essas estruturas. Nossas oportunidades são infinitas, nós só temos que aproveitá-las.
De 2016 até hoje - o que mudou na Universal Robots nos últimos anos
Em 2016, quando a entrevista foi feita, o mercado de robótica era muito mais tímido que na atualidade (6 anos depois). A ISO TS 15066, a especificação técnica que rege as regras de apreciação de risco para robótica colaborativa, por exemplo, foi lançada no ano dessa entrevista.
Ou seja, muito se discutia sobre o futuro, mas ainda não era possível ver todas as aplicações da tecnologia. Nesses últimos anos, o mercado amadureceu e percebeu a exponencialidade da tecnologia, o que integrou cada vez mais cobots às fábricas.
E a Universal Robots, para manter as entregas em dia com a qualidade exigida pelos clientes, lançou uma nova geração de cobots, a e-Series, que inclui o cobot UR16e.
Além disso, também criamos uma unidade de atendimento pós-vendas com foco no suporte aos clientes - aumentando a satisfação na implementação dos robôs e durante o uso.
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