Para algumas empresas, 2022 foi um ano promissor. Após a pandemia do COVID-19, a indústria de usinagem e manufatura ganhou forças novamente e deve ter um bom resultado em 2023.
Neste artigo, resumimos o que você pode esperar do setor nos próximos meses e como se preparar para ganhar mais espaço no mercado através da automação com robótica colaborativa.
O que irá influenciar a indústria de usinagem em 2023?
Em 2023, diversos fatores influenciarão a indústria de usinagem, incluindo alguns já conhecidos pelos tomadores de decisão.
Por exemplo, a transformação digital continuará afetando a manufatura. À medida que novas tecnologias se tornam mais acessíveis e são incorporadas dentro dos negócios, os resultados de produção são otimizados.
O aumento na implementação de robôs colaborativos, por exemplo, faz com que mais empresas possam adicionar robôs aos processos, mesmo sem conhecimento prévio de robótica e automação.
Os cobots, como também são conhecidos, oferecem automação de baixa manutenção e facilidade de uso, além de flexibilidade na implementação.
Além disso, esses robôs impactam diretamente nas outras tendências que impactarão a usinagem, como falta de mão de obra qualificada em alguns lugares do mundo, fábricas inteligentes, problemas na cadeia de suprimentos e outros mais.
5 tendências na manufatura e indústria de usinagem para se atentar
Falamos acima, brevemente, sobre os principais pontos de atenção para os tomadores de decisão em 2023. A seguir, abordaremos mais a fundo cada um deles. Confira.
1. Continuidade nos problemas de cadeia de suprimentos
Com diversos problemas internacionais afetando a cadeia de suprimentos global, sua indústria de usinagem precisa encontrar uma maneira de se adaptar.
Estratégias como reshoring, uso de recursos locais e cadeias alternativas vêm se tornando cada vez mais importantes por conta disso.
Em 2019, a bolha de offshoring (em que as empresas moveram todas as suas operações para mercados mais baratos) não estourou, mas desinflou gradualmente.
Cada vez mais as empresas têm percebido que a saída para processos com melhor custo-benefício não envolvem o offshoring, mas a automação e o desenvolvimento de linhas produtivas mais inteligentes para barrar o colapso por conta de problemas na produção global.
2. Crescimento da terceirização
Apesar da queda no offshoring, a robótica e a produção in-loco não são para todos. Algumas empresas ainda irão pelo caminho oposto e farão investimento na terceirização da produção (ainda que essas fábricas contratadas possam investir em robótica nos seus processos, por exemplo).
A terceirização para empresas locais é menos arriscada que o offshoring para países com mão de obra mais barata, e com essas pequenas e médias empresas investindo em manufatura robotizada, os custos devem cair nos próximos anos.
3. A manufatura digital chega em um ponto crítico
Nós estamos vendo um avanço sistemático nas soluções de manufatura digital nos últimos anos, e essa tendência deve acelerar ainda mais em 2023.
Na Automatica 2022 na Alemanha, a Universal Robots apresentou ao mundo o cobot UR20, oferecendo às manufaturas um aliado ainda mais poderoso para as operações industriais.
As soluções digitais estão se refinando e o aperfeiçoamento tecnológico através de inteligência artificial, machine learning, big data e IIoT devem tornar o mercado mais competitivo como um todo.
4. Estratégias de gestão de talentos serão críticas
A falta de mão de obra qualificada em algumas regiões do mundo (como a Europa) tem levado tomadores de decisão em todos os setores, dos governos às fábricas, a pensar em como estimular a entrada de jovens no mercado de trabalho industrial e como reter bons talentos dentro das empresas.
A qualidade das atividades e a satisfação em serviço são pontos cruciais para gerenciar equipes e, eliminando tarefas monótonas, repetitivas, sujas e perigosas, as fábricas podem estimular seus colaboradores a assumir posições mais ergonômicas, valiosas e de melhor remuneração.
5. Foco na redução de desperdícios
A sustentabilidade é uma pauta em foco há décadas, mas só tem entrado de verdade na lista de prioridades das indústrias há poucos anos. O foco na responsabilidade social e ambiental continua a aumentar graças aos impactos sentidos pela mudança climática.
Mas a redução de desperdícios não é apenas sobre o impacto ambiental. Tornar as operações na sua indústria de usinagem mais eficientes também significa reduzir o desperdício e usar esse indicador como forma de avaliar a confiabilidade e precisão dos processos.
Destaque: cadeia de suprimentos e mão de obra qualificada são preocupações globais
Se você tivesse que escolher apenas uma ou duas tendências, quais seriam seus focos? No caso dos players globais de usinagem, duas das mais relevantes são a cadeia de suprimentos e a retenção de talentos.
Um relatório da Deloitte de 2022 sobre manufatura mostrou que, no ano passado, 80% dos executivos das empresas experienciaram impactos negativos da cadeia de suprimentos e 90% acreditam que essas interrupções serão mais frequentes ainda nos próximos anos.
Ao mesmo tempo, o relatório mostra que um terço dos executivos toma como prioridade a retenção de talentos em suas fábricas.
Empresas de manufatura e usinagem estão buscando maneiras confiáveis de superar esses desafios.
São necessárias estratégias que vão muito além da revisão de indicadores de produtividade industrial e a implementação de métodos de gestão mais modernos, é preciso investir em tecnologia e mudanças estratégicas na organização da produção.
Aprofundando as tendências sobre indústria de usinagem e manufatura para 2023
Decidimos compilar ainda mais dados sobre as tendências para 2023 que podem ser importantes para a indústria de usinagem com base nos principais desafios globais enfrentados por empresas no setor. Confira.
Estimativas mostram crescimento desigual em 2023
O setor de manufatura global tem o risco de turbulências para 2023 de acordo com algumas estimativas, já que o crescimento econômico piorado, riscos geopolíticos e volatilidade nos mercados de energia e commodities irão pressionar a performance das empresas.
O crescimento nas indústrias será desigual no ano, com as empresas com alta dependência energética ou de investimentos levando o maior golpe.
Em termos globais, empresas químicas, de borracha e plástico, e de máquinas devem ter menor crescimento de valor, pois as demandas B2B e maiores custos energéticos impactarão a produção e as margens de lucro.
Menos vendas de carros também reduzirão a performance da indústria automobilística. Mas as indústrias aéreas e o maior gasto em defesa irão impulsionar o setor aeroespacial em 2023.
Por outro lado, indústrias de alto valor agregado e menor processo cíclico terão crescimento com ritmo contínuo. Os produtos de alta tecnologia devem ter a melhor performance em toda a manufatura mundial, já que a mudança para energia sustentável e investimentos em ferramentas digitais continuará aquecendo o mercado.
Indústrias B2C como a farmacêutica ou de comida e bebida também terão produção relativamente forte neste ano, em parte por conta da demanda estável por parte dos consumidores.
O gráfico a seguir mostra um pouco dessas previsões (créditos ao relatório da Euromonitor).
Pequena redução da pressão sobre a cadeia de suprimentos global
Depois de dois anos de estresse e preocupação por conta da pandemia global, as pressões sobre a cadeia produtiva devem ter pequena redução em 2023 - apesar de novos fatores contribuírem para a ansiedade dos tomadores de decisão.
2022 viu um aumento na capacidade de produção, recuperação dos níveis de estoque, maior capacidade de transporte e uma menor demanda de crescimento ajudarão a rebalancear a demanda e devem suprir os problemas da cadeia produtiva.
A maior capacidade de carga também deve ajudar a reduzir os custos em 2023 e reestabelecer rotas de suprimento afetadas anteriormente.
De acordo com a BIMCO, uma associação de donos de navios e empresas de transporte de carga, cerca de 2,1 milhões de TEUs (unidades de volume de contêineres) devem ser adicionados à capacidade global de carga em 2023 comparado ao crescimento de apenas 1 milhão em 2021 e 2022.
Ainda assim, os novos desafios causados pelos conflitos na Europa podem mudar o cenário novamente em poucos meses.
O reshoring e escassez no mercado de trabalho irão aumentar investimento no digital
Apesar da redução no crescimento e das estimativas conservadoras e negativas para 2023, as empresas aumentarão ainda mais o investimento nas ferramentas digitais.
De acordo com o “Euromonitor International’s Voice of the Industry: Digital survey”, cerca de 62% das empresas ao redor do mundo investirão em cloud computing nos próximos 5 anos, enquanto cerca de 50% devem investir em Inteligência Artificial, Internet das Coisas e ferramentas para produção automatizada.
O reshoring acelerado é uma das tendências que vêm aumentando a aceleração no investimento de ferramentas digitais, já que as fábricas e as indústrias de usinagem precisam competir com os preços baixos do mercado global.
Para oferecer um panorama mais claro sobre isso, a Reshoring Initiative, um grupo que defende essa iniciativa, disse que 1800 empresas apenas nos EUA estão planejando o retorno de sua produção para território nacional.
Isso se dá muito pela alta necessidade de aumentar visibilidade e transparência nas cadeias de suprimentos, bem como compensação pelo aumento nos custos de produção em países em desenvolvimento.
Complementar a isso, a escassez de mão de obra qualificada tem dificultado a busca por trabalhadores. Como falamos em nosso artigo sobre os desafios da Europa com uma população envelhecida se aposentando em massa, há duas formas diretas de enfrentar esse desafio: atrair a imigração de trabalhadores qualificados e automatizar processos.
Enquanto o primeiro processo depende enormemente de programas de incentivo governamentais e uma aprovação da população que pode se sentir ameaçada pela nova força de trabalho, a segunda depende exclusivamente do investimento em capital e qualificação dos trabalhadores pré-existentes.
Fica claro qual a solução mais viável a curto prazo.
Como se manter à frente da concorrência no setor de usinagem
O que sua empresa pode fazer para navegar nessas águas turbulentas previstas para 2023? Muitas empresas estão voltando seus olhares para a robótica.
A automação colaborativa pode te ajudar a enfrentar todos os desafios supracitados com grande eficiência.
Robôs ajudam a enfrentar as disrupções no mercado global de suprimentos e diminuem a dependência sobre a mão de obra terceirizada, além de manterem trabalhadores satisfeitos em suas tarefas.
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