Você pode ter encontrado os termos “robótica” e “automação” sendo usados como sinônimos, mas existem algumas importantes diferenças entre os termos e o que significam. Neste artigo, iremos explorar as diferenças entre robótica e automação e mostrar como os robôs colaborativos transformaram o mundo da robótica tradicional e manufatura.
Qual a diferença entre robótica e automação?
Em termos tradicionais, automação é uma categoria ampla que pode se referir a software, máquinas e ferramentas desenvolvidas para realizar tarefas normalmente feitas por seres humanos.
Por exemplo, plataformas de gestão de processos (BPA, business process automation, no original) são softwares desenvolvidos para melhorar os processos internos das empresas.
Por outro lado, a automação robótica de processos (RPA, robotic process automation, no original) trata de agentes de software (ou robôs de software) com Inteligência Artificial e habilidades de Machine Learning que podem usar um software de computador como um humano poderia.
Você pode se perguntar “Quem usa automação robótica de processos?” RPA é usado para automatizar fluxos de trabalho intensos, infraestrutura e processos de back office, tornando-a útil para grandes empresas com larga escala de recursos humanos, TI e departamento financeiro.
Mas você também pode se perguntar “Automação robótica de processos é Inteligência Artificial?” RPA oferece soluções inteligentes, mas não é a mesma coisa que IA. RPA é um software robótico que imita ações humanas, enquanto a inteligência artificial é a simulação de inteligência humana usando softwares de computador.
O termo robótica especificamente refere-se a máquinas que podem ver, sentir, atuar e, com diferentes graus de autonomia, tomar decisões.
Essa é uma categoria ampla, incluindo drones e robôs de serviço em Marte, mas no contexto de robótica tradicional e manufatura, as máquinas referidas são robôs industriais.
Robôs industriais são equipamentos físicos usados para inspecionar, montar, empacotar e paletizar produtos físicos.
A automação é um termo amplo que inclui agentes de software sem hardware, PLCs (programadores lógicos programáveis - hardware) e as subcategorias, incluindo a robótica, que pode ser melhor entendida como uma subcategoria da automação.
O que é automação e engenharia robótica?
A engenharia de automação se refere ao desenvolvimento e design de sistemas, máquinas e outras ferramentas usadas para a performance de tarefas normalmente feitas por humanos.
A engenharia robótica são os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento de aplicações para robôs; eles incorporam softwares, hardwares, sensores e outras ferramentas especificamente para uso em aplicações robóticas, como inspeção de qualidade, montagem e empacotamento.
Robôs tradicionais X Robôs colaborativos
Outra importante diferenciação para ter em mente é a de robôs industriais tradicionais e os robôs colaborativos (ou cobots). Robôs colaborativos transformaram o entendimento tradicional de automação, de robótica e a relação entre trabalho humano e máquinas.
O que era um produto de nicho uma década atrás, agora se transformou em um dos segmentos de maior crescimento da indústria robótica mundial.
Um estudo recente da IFR, federação internacional de robótica, mostrou que as instalações de cobots cresceram 11% em 2019 e um valor similar em 2020, superando o crescimento percentual de instalação de robôs industriais tradicionais.
Mas por que os robôs colaborativos estão crescendo tanto?
Vantagens dos robôs colaborativos na automação industrial
Cobots se diferem da automação industrial tradicional em muitos pontos importantes. Enquanto a robótica tradicional é caracterizada por hardware fixo feito especificamente para uma única parte da produção, os cobots são móveis e fáceis de reprogramar para diferentes tarefas.
Isso significa que fabricantes usando robôs colaborativos podem lidar com produção de alto mix e baixo volume sem precisar realizar grandes mudanças no layout de produção.
Robôs tradicionais podem ser excelentes em tarefas específicas, mas os cobots oferecem alta flexibilidade e o potencial para reutilização em larga escala por toda a fábrica.
Além disso, pode levar semanas ou meses para mudar a automação estática e tradicional só para acomodar pequenas diferenças em produtos, enquanto um cobot pode ser reprogramado para manusear novas partes em questão de horas.
De maneira similar, a automação tradicional tende a ser desenvolvida com um único propósito ou aplicação, enquanto os cobots podem ser usados em diferentes tipos de aplicações, como montagem, inspeção de qualidade, solda, aplicação de cola e mais.
Facilidade na programação
Outro desafio no uso de robôs tradicionais está na programação, que exige um especialista em robótica com alto custo de contratação.
Por outro lado, os cobots possuem interface amigável para programação, permitindo que mesmo operadores no chão de fábrica sem muita experiência prévia com robótica ou programação possam começar a operar os robôs colaborativos após um curso online breve.
Graças a isso, os cobots removem uma enorme barreira na adoção de automação em pequenos e médios negócios.
Por exemplo, a ASSA ABLOY, uma companhia neozelandesa especializada em soluções de abertura de portas e janelas, decidiu aplicar braços robóticos colaborativos na operação de montagem de fechaduras e tarefas de parafusamento. A empresa usou então um cobot UR5 por conta da fácil programação.